Você gostaria de, na verdade, estar vivendo numa época passada? Quem nunca pensou nisso? Eu mesma gostaria.
Me recordo bem de muitas coisas que vivi na infância, como ir pro sítio do meu avô com a família, tirar fruta do pé, ver os bichos, conviver com eles, ter medo que uma cobra entrasse na casa de madeira precariamente construída, mas na qual dormíamos. Eu gostava dessa época, mais precisamente nos anos 80 e 90, vivi várias coisas maravilhosas, outras nem tanto, como todo mundo. Mas me encanta ver e imaginar como seria viver nos anos 60… como meus pais, as músicas, enfim. Além de me incomodar muito a tecnologia tão avançada a ponto de nos distanciar uns dos outros, com uma promessa de aproximar.
Enfim, viver numa época passada é sempre um sonho (até mesmo perdurar a minha época de infância eu gostaria, os tempos estão mudando muito rápido), que não poderá se realizar, mas não para Woody Allen, que realiza esse sonho de Gil, personagem principal de seu filme.
Não poderia deixar de começar, nas primeiras falas do filme, a criticar os filmes hollywoodianos, mas isso só se percebe quem o conhece um pouco e já está acostumado com suas críticas em seus filmes.
No filme, Gil é noivo de Inez e eles estão, juntamente com a família dela, em Paris. Ele é roteirista e resolveu escrever um livro, o qual não deixa ninguém ler, mas quer muito uma opinião de alguém. Quem aparece é Paul e Carol, amigos de sua futura esposa, mas Paul é “irresistível”, culto, sabe de tudo, desde experimentar vinhos até a vida de Rodin. Enquanto Inez se diverte com Paul e Carol (mais com Paul do que com Carol), Gil viaja pela Paris dos anos 20 e se encontra com escritores e artistas famosos da época, faz amizade e sonha em mudar suas vidas com sua presença.
O filme é genial, muito interessante mesmo e a essência é pensar sobre voltar à época passada, sempre queremos isso e achamos que seria mais interessante, enquanto nossa vida na época atual está andando (sem nós). Sonhar faz parte e é um aperitivo em nossas vidas, mas devemos sacar também o que acontece à nossa volta. O interessante no fim é que tocam as badaladas do sino dando meia noite e desta vez ele não se vai para outra época, encontra um amor na sua própria época e assim sai à chuva com ela. È possível encontrar uma razão de viver hoje, com alguém de hoje, vivenciando hoje.
Eu entendo Gil, às vezes também penso que certas coisas não são tão realizáveis mais, pois o tempo daquilo já passou. Besteira. Ainda há tempo para viver muita coisa. Sou nova.
Eu ainda não fui a Paris, mas assisti novamente a este filme hoje com meus pais e irmã e minha mãe e irmã já foram e ficaram relembrando os locais por onde passaram, se você quer ver como é Paris, este filme ajuda.
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