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Eu ía feliz e contente dirigindo pela estrada até Santa Teresa pro aniversário da filha da minha melhor amiga Laura. Era um sábado. Eu resolvi ir um dia antes para tentar aproveitar e turistar na cidade e quem sabe conseguir material pro blog. Mas acabei me enrolando e às 16 e pouco ainda estava na estrada. Logo mais às 17:30 vai começar a anoitecer (mas eu não pensei nisso).

Eu não estou acostumada a ir para lá sozinha. Eu não sabia quanto tempo eu demoraria para chegar lá. Eu não sei onde é a entrada do sítio direito. Eu só fui com eles de carona e não prestei atenção. Eu não sabia quanto tempo depois da entrada na estrada chegaria na entrada do próprio sítio. Eu não sabia que lá naquele caminho o celular não pegava. Mas eu fui. Sou corajosa.

Estava terminando a parte da cidade em que o telefone celular pegava e eu liguei querendo mais informações. 
– Quando você avistar umas sacolas azuis nas bananeiras você vira à direita numa estradinha. Tem uma plaquinha escrita com o nome do sítio.
– Ok. Mas não tem outra referência não?
– Não, fique tranquila. Você vai achar!
– Aham. (medo) Ish, tá começando a baixar o sol… e eu não sei não se vou reconhecer as bananeiras. Ainda bem que vovô já teve sítio e que eu já devo ter visto bananeiras. Sacolas azuis? Como assim? Eu hein. Vamos embora então.
Avistei um carro. Junior! Irmão da Laura! Oba!
– Oi Junior, já que você está aqui, deixa eu ir te seguindo, me leve até lá!
– Não precisa! É logo na próxima entradinha à direita, pode ir que não tem erro. Você vai ver as bananeiras azuis.
– Não Junior, vamos comigo! (Hã? Bananeiras azuis? Eu não estava nem ouvindo de tensão).
– Vai lá, é tranquilo. Tá todo mundo te esperando já lá! A luz ta acesa. Tchau..
– Tchau Junior…
Continuei e vi umas sacolas azuis (depois de muitos meses, um colega de trabalho que mora “na roça” levou um cacho de bananas numa sacola azul e explicou que assim elas amadurecem mais rápido..aí eu entendi).

Virei à direita. Era um caminho de estrada de chão, claro! Tranquila e feliz logo vi uma casa à direita e virei o carro. Buzinei. Nada. Saí do carro, nada. Bom, tem um cordão fechando a casa, a luz não ta acesa. Não deve ser aqui…Continuo a estradinha de chão bem devagar e avisto uma entrada à direita pra outra estradinha.. Bom. Se eu não virar e fizer o retorno agora, depois não conseguirei fazer mais. Essa estrada está muito estranha Não avisto o sítio. Devo ter entrado errado. Pela estradinha impossível retornar, ela é estreita demais, mas com esse retorno, minha última chance. Eu sozinha, me embrenhar pro meio do mato. É Perigoso. Vou ligar e dizer onde estou! Ih! Não tem celular! Hum.

Retornei. De volta à frente da casa que não é, me recordo da lanterna que guardo no porta-malas. Já estava quase escuro o dia. Vou precisar da lanterna. Ok. Começo a procurá-la, a mochila para passar o final de semana está lá. De repente…

Um cachorro preto! Meu Deus! Escuro. Um cachorro. Ele vai avançar em mim. O que eu faço? Subo no porta-malas. Mas não tem como. Ele pode me pegar aqui. Rápido. Espanta ele, grita: sai! Ele dá uma recuada. Fecha o porta-malas e corre pra dentro do carro. Ufa! fechei a porta e a janela.

Ufa? Pera aí! Cadê a chave????? A chave do carro ficou no porta-malas. Não acredito! Deve estar por aqui na bolsa, jogada. Não. Está mesmo no porta-malas. Não tem como abrir o porta-malas. O porta-malas não abre por dentro do carro. O porta-malas está trancado. O cachorro está lá fora. O porta-malas. Mas que mala que eu sou! Como vou sair daqui? Como vão saber que eu estou aqui? Abro a janela.

-OOOOOOOOiiiiiiiii!!
(nada)
– Estoou aqui!!
(nada, apenas barulho de mato)
*Buzina*
(nada)

O cachorro chega perto. Ele é manso. Não acredito. Saio do carro. Começo a olhar lá para baixo, não sei se a casa da Laura está lá mas eu grito.

– Alguém!!
– Alguéeeeem!!
(nada)

Meu Deus, o que fazer? *-*

Não tem celular. Não tem chave pra sair do lugar e ir até onde o celular pega. Tem um cachorro manso e uma casa vazia. Não sei a que distância a casa da Laura está e nem se este é o caminho. E se tiver cobra? Esta anoitecendo e eu não vou enxergar mais nada. Meu Deus! Começo a orar. Pego a Bíblia que fica dentro do carro e tiro “uma Palavra”. Não entendo a Palavra (ela não tem nada a ver com o momento). Ok. Melhor de três! Tiro de novo. Não estou entendendo nada. Mais uma vez. Ok, desisto. Saio do carro e começo a gritar de novo. Buzino. Grito “Alguém”. Nada.

Um tempinho passa e ouço alguém vindo. Nossa. Que medo. Oro para Deus me proteger se for um homem. Ouço a voz dele, é um homem! Com uma lanterna, uma voz grossa. Meu Deus! Na escuridão nao enxergo ele! A voz é grossa.

-Oi.
– Oi, senhor, me ajude. Por favor. Estou aqui.

Meu coração aos pulos.

Ele sai da escuridão e eu posso vê-lo.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAh

– Silva! Pô! É você???? (marido da Laura) Fala sério! Porque não disse, oi Melissa, pra eu saber que era alguém conhecido!?
– Ah! E aí? O que aconteceu? O sítio é logo ali, continuando a estrada de chão. Ouvimos suas buzinas e buzinamos de volta, você não ouviu?
– Não.
– Olha, a chave está dentro do porta-malas.

Tentamos abrir pela frente, de dentro do carro, mas não abre por ali. Tentamos de todas as formas. Pegamos um pau no chão e enfiamos para ver se pegava na rodelinha do chaveiro da chave. Conseguimos enfiar o braço ali, nada. Isso que dá deixar uma pequena baguncinha na parte de trás do carro…

Entrei no carro para esperá-lo ir em casa e trazer a Laura. Nisso também ligaria para um chaveiro. Pois na casa do sítio tem um telefone fixo, o único que funciona. É um celular fixo, não me peçam para explicar. Fiquei dentro do carro e a essa altura já era quase amiga do cachorro, que brincava ao lado, observando tudo. Tadinho, sempre sozinho, naquele dia tinha movimento.

Voltam a Laura e o Silva.

Laura fica comigo no carro enquanto Silva vai até a casa do sítio para tentar ligar pro Junior pra descobrir como se chama o chaveiro.

Já era noite mesmo. E dentro do carro eu e Laura começamos a “fofocar”, colocando os papos em dia, quando, de repente… tchan tchan tchan tchan!!! Uma barata!

Nossa! Eu gritei! E depois pus a mão na boca, pois era Instintivo gritar, mesmo que eu nao quisesse, saía! E a Laura.. ria! Ria de mim! dos meus gritos! E eu comecei a bater com o sapato em todo o carro até ela morrer. Porque sair do carro estava fora de cogitação. Poderíamos encontrar no escuro coisa bem pior, como uma cobra! Então matamos a danada ali mesmo. Depois, é claro, de sujar o carro todo de terra com o sapato. Aff! Morreu.

O cachorrinho, agora meu amigo, estava ali fora observando e acompanhando tudo de perto.

– Só tem um chaveiro na cidade! E o Junior vai tentar encontrá-lo, pois o telefone ele não está atendendo. O Junior foi até a casa dele. Que estava… vazia.

Enquanto isso, tentando pegar varetas de galhos de árvores e tudo tentando puxar, pela parte de dentro do veículo o que teria no porta-malas… Nada.

Chegam o Junior e o seu sogro. O chaveiro não está e aí começamos a pensar no que vamos quebrar na parte de trás do carro.

– É mais barato quebrar essa parte de cima, deve custar uns 200 reais essa peça, enquanto isso eu vou tirar os parafusos das caixas de som e quem sabe pela abertura do buraco a gente consegue enfiar o braço e pegar a chave lá dentro?

Abriu os parafusos e…simplesmente não tinha o buraco. Ainda teria que quebrar algo… E decidimos não quebrar nada.

Eu, depois de horas, tive uma idéia brilhante (não a mais brilhante como pude constatar depois, mas que serviu bem naquele dia). Vamos empurrar o carro pro canto, de forma que de pra passarem os carros amanhã e ligamos pra minha família pegar a chave reserva dentro da pasta verde, no armário tal, no canto. E amanhã a irmã da Laura passa lá na portaria e pega a chave e traz!

Finalmente, depois de muito nos “divertirmos” tentando fazer algo no carro… empurramos pro lado, o Junior entrou no volante e ajudou e trancamos as travas do veículo. Deixando meu mais novo amigo cachorrinho pra trás e indo lanchar no sítio. Ufa!

Em vez de nos estressarmos com tudo o que passamos, acabamos nos divertindo e rindo muito de tudo isso.

– Por que você não veio de dia, Melissa, dizia a mãe da Laura.
– Ah tia, mas de dia era com menos emoção! rsrsr

Uma beleza sem nenhuma roupa extra, peguei um moletom da tia para dormir e uma toalha emprestada para tomar banho, pois tudo meu estava na mochila, no porta-malas junto com a chave em algum lugar!

No dia seguinte a chave chegou! E quando eu abri o porta-malas vi que seria mesmo impossível tentar achar a chave pois ela estava pendurada na mochila que estava em pé! Mas que coisa!

Tudo resolvido e a festa foi ótima e eu fui embora de tarde e ainda deu para conhecer o Museu Mello Leitão na cidade.

(Olha que sítio lindo)

Passei pelo meu amigo cachorrinho, dei carinho, coloquei água e fui embora saudosa.

Meses depois, quando eu conto a história, alguém me pergunta:

-Você não tem seguro de carro?

-Hum, claro que eu tenho! (Como eu não pensei nisso no dia?!) Mas não teria depois uma história tão divertida para contar! :O

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