Seu humor inteligente, irreverente e interessante predomina neste livro. Mais um livro de história real, que eu adoro. Descobri sem querer o livro que foi vencedor do prêmio “Melhor Livro de Viagem” do British Book Awards e um dos que fez o autor receber do governo francês o título de “Cavaleiro da legião de Honra”, em 2002, por causa do impacto que seus livros obtiveram em atrair turistas para a França.
O livro é realmente muito bom. No começo pareceu meio difícil a leitura, pois os parágrafos são extensos, mas depois me acostumei e até ri alto em algumas partes. O autor é um jornalista que largou tudo e foi morar no interior da França, mais precisamente em Provence e é uma história real, que ele conta mês a mês como foi a adaptação dele com a família.
O melhor é quando ele lista os telefonemas de conhecidos de conhecidos que querem passar um tempo lá ou pedir dicas. É incrível mesmo como as pessoas pensam que somente porque tem um conhecido numa cidade da Europa ou até mesmo noutra cidade diversa de onde habita e que por isso pode “ir para lá” como convidado a qualquer momento, sem pensar que a pessoa trabalha, tem sua própria vida e rotina. As pessoas pensam que estamos sempre à disposição para recebê-las em qualquer época do ano e semana em que resolvem vir passear em sua cidade. Não passo muito por isso, por não morar numa cidade muito turística, mas posso imaginar plenamente como seria… Muito mais delicado e proveitoso seria avisar que está indo e perguntar se podem marcar um café, uma saída, uma passeio que seja. Se você for convidado para um jantar, almoço ou algo do tipo, até vá lá, mas se hospedar sem ser chamado, se oferecendo, me poupe.
Enfim, é bem interessante, pois ele mostra mês a mês, com as trocas de estações, o que vai acontecendo na cidade e na região em que está morando. Fala do povo local, da língua, da cultura e assim podemos conhecer um pouco melhor como são os franceses do interior, sob a ótima de um inglês que se adapta completamente ao local, a ponto de estranhar outros ingleses turistas depois.
A única coisa que não me agradou foi a falta de tradução de algumas palavras que ele usa ao longo do texto. Eu não falo francês e portanto, fiquei sem entender algumas coisas ou sem captar o que ele realmente queria passar quando utilizou as expressões diretamente na língua francesa. para quem estuda a língua é super interessante.
A leitura foi agradável e quando eu desativei meu facebook, pude parar de olhar para ele e passar aquelas páginas sem cultura, não me restando opção de lazer a não ser completar a leitura do livro de Peter Mayle em pouco tempo e foi um prazer.