O último filme que assisti foi uma “refilmagem” de um filme argentino muito bom, que eu já havia visto há algum tempo atrás.
Confesso que o argentino foi muito mais chocante e impactante para mim. Os atores hollywoodianos foram bem escolhidos, é claro, mas Ricardo Darin e Soledad Villamil me surpreenderam mais.
O de agora: “Olhos da Justiça” ou “Secret in their Eyes” (americano, lançado faz 3 dias, com Julia Roberts e Nicole Kidman com diretor Billy Ray) foi o que assisti e está nos cinemas, mas eu indico assistir ao filme argentino “O Segredo dos seus olhos” ou “El secreto de sus Ojos” (de 2009, argentino e espanhol, com Ricardo Darin, dirigido por Campanella).
Juan José Campanella foi muito bem sucedido, levando o filme a ganhar do Oscar de melhor filme estrangeiro em 2010.
Os dois filmes tem pequenas diferenças na história. O Segredo dos seus olhos conta a história de um oficial de justiça penal aposentado que começa a escrever um livro, utilizando uma história real da qual foi testemunha em 1974, um estupro e assassinato de uma jovem. Ele quer encontrar o culpado de qualquer jeito. Ele também tem uma paixão secreta por sua chefe.. e a história se desenrola de uma forma bem interessante, culminando num final surpreendente, que me fez me sentir até um pouco estranha.
A história não é apenas um suspense e drama, mas por detrás dela, podemos observar as prisões de vários personagens…e de várias formas. Prisões nas quais eles se metem através das escolhas que fazem e fizeram..Mesmo pessoas muito inteligentes podem se aprisionar de uma forma estranha e dolorida. Será que eles percebem o que estão fazendo consigo mesmos?
No filme de ontem (“Olhos da justiça”), o policial fica preso por 13 anos a fim de encontrar o culpado e dar um fim na história. A promotora está presa no casamento mesmo que estivesse apaixonada por outro desde antes de se casar. Seu amado, preso na dúvida se ela aceitaria ter saído com ele mais de dez anos atrás, porque ele não a chamou, com medo da negativa.. preferiu ficar com a dúvida “para sempre” e imaginando que ela poderia ter aceitado..a mãe da menina assassinada também ficou presa na história por causa da escolha que fez.
Nossa vida é feita de escolhas e somos prisioneiros das consequencias. Podemos mudar alguma coisa? Sim! Por que muitas vezes não o fazemos? O medo do desconhecido, do possível e da possibilidade de acontecer o impossível muitas vezes paralisa. A comodidade do conhecido não permite que possamos fazer novas escolhas, mudar de caminho, desvendar novas possibilidades, abrir os horizontes, testar novos caminhos e errar. Estamos todos fadados a errar em algum momento. Muitas vezes a possibilidade de acertar é de 50%.
Não digo que devemos experimentar de tudo achando que é melhor ter feito do que nunca ter tentado, mas há tantas situações em que o mudar de direção e o provar do novo podem trazer um bom e novo retorno na vida.. com consciência, eu creio que devamos fazer escolhas e deixar as prisões pra trás. Elas destroem momentos importantes de nossas vidas. Por estarmos presos a algo do passado, podemos estar deixando de viver algo importante e libertador, modificador e muito interessante no futuro ou no presente. Algo que amadureça, no faça crescer…
O filme é bem interessante. Faça sua própria reflexão. Gosto muito de filmes como esse, que trazem alguma reflexão.