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thiagoeleticiaLetícia é uma amiga desde a adolescência, do colégio! A vida seguiu seus caminhos e ela se tornou médica, não somente isso, mas ela faz um trabalho louvável e com muito carinho, o que faz toda diferença: ela tem uma clínica de fertilidade. O marido dela tinha um sonho: ir a Fernando de Noronha e este sonho está se realizando neste momento!! Ela fez um relato incrível em seu facebook e eu decidi publicar para vocês, que também querem realizar sonhos!!

 

Não desistam dos sonhos, corram atrás e com esforço vocês chegam lá. Às vezes não é questão de dinheiro, mas de tempo, de ter uma família grande, de ter crianças pequenas, de ter conseguido um emprego agora, de ter conseguido mudar de emprego, de.. bom.. se você quer.. você pode! Essa parte foi minha, meus pensamentos…meu incentivo pra vocês! Mas vamos ler os dela!!!

 

É um relato sincero, engraçado, de realização de sonhos! Eu estou muito feliz por ela e Thiago!

Divirtam-se!

A caminho de NORONHA

O vôo sairia super cedo. Tipo S-U-P-E-R-C-E-D-O. Embarque às 5 e pouca da manhã. Embarque. O que significa que tipo meia-noite tá na hora de acordar. 😂 Não, tá bom, quase isso.

Como a gente ficou até beeem tarde (ou bem cedo, dependendo do ponto de vista) arrumando as coisas para viajar, ficamos com medo de perder a hora e perder o vôo e perder tudo. Daí eu e o Thi dividimos horário, igual a gente faz quando dá plantão de noite. Deu até saudade. Mentira 😂

Enfim, Thiago dormiu de 2:40h às 3:20h e eu de 3:20h às 4h. Acordamos, quer dizer, levantamos — ainda dormindo — pra se arrumar e sair. Deixando os 3 pimpolhos pra atrás — o que significa dizer que além do corpo e cabeça prejudicados, ainda estávamos com o coração partido. Mas beleza, vamos lá.

Chegamos no aeroporto e fomos despachar as malas. Vi um cara bem alto, devia medir uns 1,90, bonito, parecido com o Léo, do Vítor e Léo. Abri mais os olhos, que estavam ainda bem fechados. ERA o Léo do Vítor e Léo. Bonitão, com cara de sono — óbvio, quem não estava com cara de sono naquele aeroporto abarrotado de gente numa hora daquela da madrugada? 5h da matina? Todos estávamos. Então o Léo (do Vítor e Léo sempre, tá, gente? Vou parar de falar o sobrenome dele) tava lá, com aquele cavanhaque próprio dele, aquele que parece que ele copiou de uns coroas americanos, que tem a parte debaixo aberta e deixa a pessoa com cara de mau, sabe qual? Pois é, então, com aquele cavanhaque, tentando permanecer acordado, como todos.

Daí eu pensei: ‘Que milagre, deixaram o coitado em pa….’ Quando eu ia terminar de pensar ‘paz’ chegou uma moça com uma criança dormindo pendurada no ombro e pediu pra tirar uma foto. Claro, ele respondeu. Mentira, ele não respondeu nada, coitado, só assentiu com a cabeça sem conseguir produzir som àquela hora da madrugada.

Daí me baixou a filósofa e fiquei pensando: Caraca, isso é muito engraçado. A pessoa tira uma foto com o Léo (do Vítor e Léo) [desculpa, você já sabe, esqueci] pra depois ela contar prazamigas:
-Menina, sabe o Léo?!? (as pessoas ainda não sabem que Léo)
-Hum, sei! Aquele gato! Que que tem??
-Tirei foto com ele no aeroporto!!!
-Mentiraaaaaaaaaa!!!! Sério?!? Que massa!! Nossa!! E aí??? E agora? Como vai ser sua vida daqui pra frente? Ele é gato mesmo? Ele é alto mesmo?
-Ah, é, é sim, é alto sim, é gato sim!
-Ah, sério?! Nossa, amiga, que máximo!!! Você merece muito ser feliz por ter conseguido tirar um foto com ele!!!

Sério, gente. Isso de tirar foto É MUITO ENGRAÇADO. Porque, tipo assim, quando você tira foto com alguém, é porque você quer registrar aquele momento que vocês passaram juntos, vocês tem uma relação (de amizade, de coleguismo, de amor ou seja lá o que for) e quer registrar aquilo, beleza. Agora a gente tirar foto com artista, né? É retardado!!!

-Olha, o Léo tirou uma foto comigo. Isso não deveria ser motivo de orgulho nenhum porque não significa NADA. Não é uma foto que registra uma interação genuína entre a gente e o artista. É MUITO engraçado, para pra pensar!!!

Pois então, Léo tirou a foto e pronto, não conseguiu nem abrir um sorriso direito, coitado. O vôo aconteceu sem maiores problemas, tudo certo, graças a Deus. Quando desembarcamos em Viracopos percebi que Léo havia estado no vôo com a gente até alí. Não tem como ele passar muito desapercebido, coitado, é muito alto. Se fosse o Zezé de Camargo, daria pra gente não ver (considerado somente a altura, claro). Mas alto daquele jeito, todo mundo acha o coitado. Pois bem, quando eu comecei a pensar ‘Nossa, ainda bem que ninguém mais importunou o rap…’ – antes de eu terminar de pensar ‘rapaz’ um moço chegou pra falar com Léo. Putz, vamos lá, segunda foto do dia, ainda não chegamos às 7h da manhã e ele ainda estava se esforçando pra sorrir — que nem todos nós. Fiquei olhando eles tirarem a foto. Eis que Léo COMEÇA A FALAR para a câmera. Começa a FALAR para a câmera do celular. C-O-I-T-A-D-O. Ele estava — antes da 7h da manhã e quase dormindo, GRAVANDO UMA MENSAGEM no celular de alguém para um outro alguém!!!

Coitaaaaadooooooooooo. Deve ter sido tipo isso:
-Nossa, Léo, minha irmã é muito sua fã! Manda um recado pra ela???
-Hã? Sua irmã? Sim, claro…
-Ei Fulana, tô sabendo que você é minha fã, hein! Pôxa, que bacana, brigada pelo carinho, hein! Um beijão aí pro seu filho (que não sei o nome), força aí com o seu pai (que não conheço), sorte no trabalho (que eu não faço idéia de qual seja).

Não era 7h da manhã e ELE ESTAVA GRAVANDO UMA MENSAGEM NUM CELULAR DE UM DESCONHECIDO PARA ALGUÉM QUE ELE CONHECIA MUITO MENOS AINDA.

MORAL DA HISTÓRIA: A gente quer ficar ‘famoso’? Estamos nós todos querendo ficar conhecidos?  A gente quer MESMO ficar famoso?? A gente quer mandar uma mensagem de vídeo num celular de um desconhecido pra uma desconhecida?!? É isso que a galera tá correndo atrás?!? KKKKkkkkkkk

Vamos repensar bem isso antes da gente seguir em frente!

Tá, chega de Léo, já deu, ok, overtexting sobre isso. Mas deixei o meu alerta. Depois não digam que não avisei.

Disclaimer: Se eu encontro A IVETE eu vou pedir pra tirar foto que nem uma abestada mesmo e só não peço pra ela gravar uma mensagem de vídeo pra mim mesma porque vai ser muito tosco e ela nem vai topar. Ah, e se eu encontro a MARTHA MEDEIROS também!!! Hahahaha

Enfim, voltemos à viagem. Chegamos em Réciiiiifiii, onde já sentimos a malemolência própria do nordestino no primeiro dedo de prosa que a gente tem.

Eu, morrendo de fome, fui num quiosque da Domino’s Pizza que avistei.
-Ei moça, queria uma pizza.
-A rente tá sem pítissa nu momeeeentu.
-O quê?!? E vocês tão com o quê no momento?!? Um quiosque que só vende pítissa?!? Pepsi Twist Light?!?
-Vai regá. Uns 20–40 minutu, vai regá.
-Ah, tá, beleza.

Bem vindo ao nordeste. E ao slow eating. Slow talking. Slow everything.

Férias, aí ‘ramus nóis’!!!

Foi aí que percebi que a gente REALMENTE ESTAVA DE FÉRIAS. Em outro país, em outro continente. Uauuuuuu.

Junto com essa sensação boa de ‘estamos de férias’ veio a mensagem da minha secretária com a foto dos 2 biquinis que eu tinha comprado pra trazer pra Noronha com a seguinte legenda: ‘Dona Letícia, a sra esqueceu na secadora.’ Puuuuuuuuuuuuuutz grila.

Beleza, nada mais importa, é a hora de entrar no avião pra FERNANNNNNDO DE NORRROOONHHHAAAA.

Thiago, meu ‘espouso’, gente, parecia uma criança. Olhinhos brilhando, doido pra entrar no avião. Foi assim que ele me convenceu a vir pra cá ao invés de ir pra VENEZA. É, porque dava o mesmo dinheiro, viu?

Pois bem. Depois de Thiago tentar entrar como qualquer tipo de prioridade que a moça chamava e da gente ser expulso da fila várias vezes (mentira! foi uma só… hahaha) conseguimos finalmente ir rumo ao avião. Uma fila enorme pra entrar no avião estacionado no pátio. Entrada pela escadinha. Neste caso não era uma escada acessória. Não. A ESCADA DO PRÓPRIO AVIÃO. Saca? Avião PEQUENO. Eram apenas 5 (cinco!!!) degraus BAIXOS do chão até o avião. De hélice. Deus é mais. Que medo. Fiquei pensando se parecia o modelo do avião que o time da Chapecoense havia viajado… Não, não era, eu já tinha decidido pra mim mesma. Porque sim. Porque eu não queria que fosse. PQP. Era um avião DE HÉLICE. Caraca. Fomos os dois na janelinha, eu e Thiago. 14A e 15A. Ele havia estudado a latitude e longitude das paradas e havia decidido que teríamos que chegar os dois olhando pela janelinha do avião na chegada e teria que ser pelo lado ESQUERDO. Sério. Tô falando sério. O que eu acho que foi HORRÍVEL porque não tinha nem uma mão pra segurar naquele cagaço todo. As aeromoças estavam tranquilas. Fiquei feliz com isso porque significava que nunca tinham morrido. Nem elas e nem as outras colegas que fazem essa mesma rota.

Antes da decolagem as instruções de sempre. Quer dizer, mais ou menos de sempre. Aeromoça: -Não é permitida a utilização de telefones nem em modo avião NESTE TIPO DE AERONAVE. FORGODSSAKE. Como assim?!? Por que em todos os aviões até aquele momento falaram claramente que a gente podiiiiiiaaaa usar o telefone no modo avião e agora nesse não pode?!? Então este não é um avião como outro qualquer?!? Senhor…. Creendeuspai… E ela continuou: E lembrem-se: Seus assentos são flutuantes e em caso de um pouso de emergência NÃO TRAGA SEUS PERTENCES COM VOCÊ, SAIA SOZINHO. Haaaaahahhahahahhaha Tô rindo de nervoso.

Enquanto aquele avião de hélice ia andando rápido e eu imaginando como aquilo levantaria vôo, começou um certo impasse dentro de mim. De um lado meu cérebro: -Fique tranquila. Quantas pessoas você conhece que já vieram pra Noronha? Muitas. Alguém morreu? Não. Quantos acidentes de avião no percurso pra Noronha você já ouviu falar na vida? Nenhum. Zírou. Not a single one. Enquanto meu cérebro me dada dados estatísticos, meu coração gritava: — Pelo amor aos seus filhos!!!! Saia gritando AGOOOOOOORRRAA desse avião até alguém te achar bem louca e resolver te chutar do vôo!!! Faça isso pela sua viiiiiiddddddaaaaaaaaaaaaa!!!!

Caramba. Que impasse. Não fui. Não gritei. Fiquei. Com o cérebro. Com as estatísticas.

Fiquei pensando no meu computador se a gente caísse. Se a gente caísse e quando fossem resgatar os corpos e os materiais todos, será que alguém acharia o meu computador? Será que o hd, por ser especial (não é um hd, é memória sólida — pra quem não entende nada, é mais seguro) será que aguentaria ficar embaixo d’água e ainda conter todas aqueles dados? Quem se importaria com aqueles dados todos, na verdade? Será que alguém poderia terminar de escrever esse livro que eu tô escrevendo há anos e não consigo nunca terminar?!? Vou morrer sem escrever e por conta disso as pessoas não vão conseguir saber que TEM QUE ENGRAVIDAR MAIS CEDO ou então CONGELAR SEUS ÓVULOS?!?

Ai, Papai. Cuida da gente… Comecei a pensar se minha irmã assumiria meus meninos… Que eu não queria que ninguém brigasse por eles mas queria que fossem muito bem cuidados…

Como o avião tava correndo devagar há um tempão, resolvi perguntar pro Thiago no assento da frente se ele achava que o avião iria conseguir subir naquela velocidade. No que —graças a Deus— ele respondeu: -Não, menina, ele tá só taxiando. A pista de decolagem é lá, ó Putz, grila, Graças a Deus!!! 🙌🏼🙏🏼 Ufa! Que bom. Agora sim, depois de uns 20 minutos ele resolveu dar uma rodada e começou a correr (um pouco mais) rápido. Eu fiquei torcendo pra ser um rápido suficiente praquilo conseguir levantar vôo. Havia de ser. Pro bem de todo mundo. E foi, foi, foi, foi e fooooooooooooooi. Levantou. Subiu.  Aff. Ufa. Obrigada, Senhor.

Enquanto eu olhava aqueles prédios super altos de Recife comecei a acreditar que poderia dar certo aquilo. Fui aos poucos pegando confiança. E demorou pra chegar lá em cimão, quando a gente acha que tá mais perto de Deus e até ora com mais intimidade. Lá onde tudo é nuvem, sabe onde? Pois é. Demorou. Mas chegou. Graças a Deus.

Preenchi os papéis que tem que entregar quando chegar lá.

Pronto, feito. Peguei um livro pra ler no iPad, vamos pensar em outra coisa, vamos esquecer que estamos num vôo. Li um livro quase inteiro, leitura dinâmica, leio mais rápido quando tô nervosa. Tipo comer mais rápido quando tô ansiosa também. Ah, sim. E graças a Deus nesse nosso TERCEIRO vôo do dia na Azul — a única companhia aérea que quer te ver feliz (e gorda) e te entope de todas as guloseimas — nesse nosso terceiro vôo eles NÃO TINHAM bolinho de laranja da Bauducco. Graças a Deus. Eu não sei qual a quantidade máxima de bolinhos de laranja que a gente pode consumir por dia, então fiquei feliz que eles não tinham porque, né, já tava com esperança de chegar com vida à Noronha e, caso acontecesse, não queria morrer por uma intoxicação por ingestão excessiva de bolinhos de laranja da Bauducco acima da quantidade máxima diária.

Thiago a cada minuto perguntava que horas eram porque o piloto tinha falado que desceria 17:14h, horário local (Noronha tem 1h a mais que o continente).

Thiago apreensivo, tadinho. Igual um menino mesmo. Meu menino.

-Atenção senhores passageiros, aqui é o piloto (graças a Deeeeeussss!!! Magina se fosse outra pessoa falando aí que tava feia a coisa mesmo!!!), estamos a poucos minutos da nossa descida em Fernando de Noronha e blá blá blá blá. Não conseguia prestar atenção mais em nada!!!

Caraaaaaaaaccccaaaaaa!!! A gente ia conseguir!!!! Nacrediiiiiittttoooooooo!!!

Neste momento Thiago me joga a GoPro quase na cabeça e ordena: -Você filma, eu fotografo!!! E sacou a nossa câmera mega-blaster profissional e apontou praquela janela suja pra dedéu. Eu pensei: Gente!!! Thiago tá loooooookkkkkkoooooooo!!! Ele tá achando que isso aqui é um nascimento, meu Deus do céu?!?

E era. Noronha tava nascendo pra gente.

Tudo bem que ela tava nascendo através de uma janela imunda, mas tava nascendo.

A gente ia chegar. Noronha tava perto. Depois de um vôo de 14h (na verdade foi um pouco mais de 1h, mas com sensação psicológica de 14h)

E mais: A gente tava vivvvvoooooooooo!!!

Thiago havia esperado a vida dele TODA —segundo ele— por aquele momento. Meu Deeeeus, coitado. Noronha nascia pra gente através de uma janela suja à beça. O nascimento de Noronha foi lindo…. Tava tudo branquinho, branquinho… Parecia… ASPEN!  Hahahaha Tava tudo beeeeemmmm nublado!!! ‘Dara’ pra ver naaaaaaaaadddaaaa!!!

pordentreodoaviaodefernandodenoronha

Depois como num passe de mágica ‘desnublô’ tudo. Surgiram os Dois Irmãos na nossa frente, enquanto a gente tentava levantar o queixo que cismava em cair.

Daí Noronha nasceu DE VERDADE pra gente.

Às 17:17h de 17 de Agosto de 2017.

fotodefernandodenoronha

Chegamos. Estamos vivos.

Welcome to Noronha. 

Letícia Piccolo (19/08/2017)

leticia e thiago piccolo

Parabéns Letícia pela escrita, pelo respeito ao sonho do seu marido e pela realização!!




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